Meio ambiente
Redação do Site Inovação Tecnológica – 23/08/2021
Resumo do quadro terico proposto pelos pesquisadores para uma teoria das mltiplas origens da vida.
[Imagem: Christopher P. Kempes et al. – 10.1007/s00239-021-10016-2]
Alm de Darwin
A histria da vida na Terra tem sido frequentemente comparada a um revezamento de quatro bilhes de anos: Uma chama, acesa no incio da corrente, vai transmitindo vida da mesma forma at o fim.
Mas, e se a vida for melhor compreendida na analogia do olho, um rgo convergente que evoluiu de origens independentes? E se a vida evolusse no apenas uma, mas vrias vezes de forma independente?
Esta a nova teoria que est sendo proposta por Chris Kempes e David Krakauer, do Instituto Santa F, nos EUA.
Indo alm do darwinismo tradicional, a dupla argumenta que, para reconhecer toda a gama de formas da vida, precisamos desenvolver um novo quadro terico.
A Origem [Mltipla] das Espcies
Em sua estrutura de trs camadas, Kempes e Krakauer pedem aos cientistas que considerem, primeiro, o espao total de materiais em que a vida poderia ser possvel; segundo, as restries que limitam o universo de vida possvel; e, terceiro, os processos de otimizao que dirigem a adaptao.
No geral, o novo quadro terico considera a vida como uma informao adaptativa, e adota a analogia da computao para capturar os processos centrais da vida.
Em termos mais simples, emergem vrias possibilidades significativas quando consideramos a vida dentro da nova estrutura terica.
A mais importante delas que a vida se origina vrias vezes – algumas aparentes adaptaes so na verdade “uma nova forma de vida, no apenas uma adaptao”, explica Krakauer – e assume uma gama muito mais ampla de formas do que as definies convencionais permitem.
Por exemplo, florestas, computao e at cultura so todas formas de vida neste quadro. “A cultura humana vive no material das mentes, da mesma forma que os organismos multicelulares vivem no material dos organismos unicelulares,” explica Kempes.
Definir a vida e construir coisas vivas
No quadro atual do darwinismo, quando os pesquisadores se concentram nas caractersticas da vida de um nico organismo, eles frequentemente negligenciam at que ponto a vida desses organismos depende de ecossistemas inteiros como seu material fundamental, e tambm ignoram os modos como um sistema de vida pode ser mais ou menos vivo.
Na estrutura proposta, por outro lado, aparece outra implicao: A vida se torna um continuum, em vez de um fenmeno binrio, vivo ou no-vivo. Esta no uma ideia totalmente nova, e os prprios autores citam uma variedade de esforos recentes que colocam a vida, em termos quantitativos, em um espectro.
Ao adotar uma viso mais ampla dos princpios da vida, Kempes e Krakauer afirmam ter a expectativa de gerar teorias mais frteis para estudar a vida.
Com princpios mais claros para encontrar formas de vida, e uma nova gama de formas de vida possveis que emergem dos novos princpios, no apenas vamos esclarecer o que a vida, explica Krakauer, mas tambm estaremos melhor equipados “para construir aparelhos para encontrar vida”, para cri-la em laboratrios e para reconhecer em que grau algo que estejamos vendo est vivo.
Artigo: The Multiple Paths to Multiple Life
Autores: Christopher P. Kempes, David C. Krakauer
Revista: Journal of Molecular Evolution
Vol.: 89, pages 415-426
DOI: 10.1007/s00239-021-10016-2
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