Espao
Redação do Site Inovação Tecnológica – 10/09/2024
Visualizao do manto de gs que se espalha da galxia estudada pela equipe, indo muito alm das “fronteiras” da prpria galxia.
[Imagem: Cristy Roberts ANU/ASTRO 3D]
Fronteiras entre as galxias
Que as galxias so gigantescas sabamos h muito tempo, com dimenses difceis de ilustrar porque fogem demais escala humana. Mas elas podem ser ainda maiores do que os cientistas calculavam.
Acontece que a fronteira entre as galxias muito mais fluida do que se acreditava, com cada aglomerado de estrelas se estendendo largamente pelo que se acreditava at agora ser um vazio espao intergalctico.
Onde uma galxia termina e o espao profundo comea parecia ser uma pergunta simples, at que Nikole Nielsen e colegas das universidades da Califrnia de San Diego (EUA) e Swinburne (Austrlia) comearam a olhar mais de perto para o gs que envolve as galxias, conhecido como meio circumgalctico.
O halo de gs que circunda o disco estelar contm cerca de 70% da massa da galxia – excluindo a matria escura, caso ela exista. Mas esse halo at agora permanecia um mistrio porque s conseguimos observar o gs analisando a luz de um objeto de fundo, como um quasar, conforme sua luz absorvida pelo gs. Isso limita a imagem da nuvem a um feixe, como ela tivesse o formato de um cano to fino quanto o feixe de luz daquele objeto de referncia.
Agora, usando novas tcnicas de imagem profunda, astrnomos conseguiram visualizar a nuvem de gs brilhando fora de uma galxia na qual ocorreu uma exploso estelar magistral. E como essas exploses arremessam gs e poeira por todos os lados, isto permitiu rastrear o meio circumgalctico a at 100.000 anos-luz no espao.
E esta nova imagem mostrou que a fronteira entre as galxias no exatamente um vazio como se imaginava.
a primeira visualizao em larga escala do meio circumgalctico.
[Imagem: Nikole M. Nielsen et al. – 10.1038/s41550-024-02365-x]
Onde uma galxia termina e outra comea?
Para imaginar a vastido dessa nuvem de gs, considere que a luz das estrelas da galxia, aquilo que normalmente vemos como um disco, se estende por apenas 7.800 anos-luz de seu centro – a galxia estudada a IRAS 08339+6517, localizada a 270 milhes de anos-luz de distncia.
Os astrnomos centraram sua ateno na conexo fsica do hidrognio e do oxignio do centro da galxia em direo ao espao, estudando como as condies fsicas do gs mudam conforme se afastam do centro galctico.
“Ns encontramos [essa conexo fsica] em todos os lugares que olhamos, o que foi realmente emocionante e surpreendente,” disse Nielsen. “Agora estamos vendo onde a influncia da galxia para, a transio onde ela se torna parte do restante que est ao redor da galxia e, eventualmente, onde ela se junta rede csmica mais ampla e s outras galxias. Essas so todas fronteiras geralmente difusas.”
Embora difusa, a equipe conseguiu traar uma fronteira entre as galxias, embora no seja uma fronteira to clara – ou vazia – quanto se acreditava.
Este estudo apenas mais uma pea do quebra-cabea que uma das questes centrais da astronomia, a evoluo das galxias: Como as galxias evoluem? Como elas obtm seu gs? Como elas processam esse gs? Para onde esse gs vai?
Artigo: An emission map of the disk-circumgalactic medium transition in starburst IRAS 08339+6517
Autores: Nikole M. Nielsen, Deanne B. Fisher, Glenn G. Kacprzak, John Chisholm, D. Christopher Martin, Bronwyn Reichardt Chu, Karin M. Sandstrom, Ryan J. Rickards Vaught
Revista: Nature Astronomy
DOI: 10.1038/s41550-024-02365-x
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