Choque de estrelas explica magnetismo de estrelas massivas

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Redação do Site Inovação Tecnológica – 12/04/2024

Rejuvenescimento das estrelas

Normalmente, os pares de estrelas – a maioria das estrelas na nossa galxia so binrios – apresentam-se muito semelhantes, um pouco como gmeos.

Por isso, quando observaram o sistema HD 148937, no corao de uma nuvem de gs e poeira, os astrnomos ficaram surpresos: Uma das estrelas parece ser bem mais jovem do que a sua companheira, o que muito estranho porque ambas deveriam ter-se formado juntas a partir da mesma nebulosa. E, tambm ao contrrio da companheira, ela magntica.

Os dados obtidos pelo Observatrio Europeu do Sul (ESO) indicam que teriam existido originalmente trs estrelas nesse sistema, tendo duas delas se chocado e fundido. E este evento violento deu origem a uma nuvem circundante e alterou para sempre o destino do sistema, efetivamente “rejuvenescendo” a estrela que restou da fuso.

“Encontrar uma nebulosa em torno de duas estrelas massivas algo bastante raro e levou-nos a pensar que alguma coisa de diferente devia ter acontecido neste sistema. Quando analisamos os dados, vimos que, de fato, era isso mesmo,” comentou Abigail Frost, astrnoma do ESO no Chile, responsvel pelas observaes do sistema HD 148937, situado a aproximadamente 3800 anos-luz de distncia da Terra, na direo da constelao da Rgua.

“Pensamos que este sistema era originalmente composto por, pelo menos, trs estrelas; duas delas deviam estar muito prximas uma da outra em determinado ponto da rbita, enquanto a terceira estaria muito mais afastada,” explicou Hugues Sana, da Universidade Catlica de Lovaina, na Blgica. “As duas estrelas interiores fundiram-se de forma violenta, criando uma estrela magntica e ejetando material, o qual deu origem nebulosa. A estrela mais distante formou uma nova rbita com a estrela magntica recm fundida, criando o binrio que observamos atualmente no centro da nebulosa.”

Esta coleo de painis mostra trs imagens artsticas que retratam o evento que mudou o destino do sistema estelar HD 148937 e uma imagem astronmica real, esta no ltimo painel. Originalmente, o sistema tinha pelo menos trs estrelas (painel superior esquerdo), duas delas prximas, que se chocaram e se fundiram (painel superior direito). Este acontecimento violento criou uma nova estrela, maior e magntica, agora emparelhada com a estrela mais distante (painel inferior esquerdo). A fuso liberou tambm os materiais que criaram a nebulosa que agora rodeia as estrelas (painel inferior direito).
[Imagem: ESO/L. Calada-VPHAS+/CASU]

Estrelas massivas magnticas

As observaes ajudam a resolver um mistrio de longa data da astronomia: Como que as estrelas massivas obtm os seus campos magnticos.

Embora os campos magnticos sejam uma caracterstica comum s estrelas de pequena massa, como o nosso Sol, as estrelas mais massivas no conseguem manter campos magnticos da mesma forma. No entanto, algumas estrelas de grande massa so, de fato, magnticas.

Os astrnomos j suspeitavam h algum tempo que as estrelas massivas poderiam adquirir campos magnticos quando de uma fuso, mas esta a primeira vez que se encontram provas diretas desse acontecimento. No caso do HD 148937, a fuso deve ter ocorrido recentemente. “No se espera que o magnetismo em estrelas massivas dure muito tempo em comparao com o tempo de vida da estrela, por isso pensamos ter observado este acontecimento raro muito pouco tempo depois de ter ocorrido,” disse Frost.

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