Meio ambiente
Redação do Site Inovação Tecnológica – 20/04/2021
Algumas das espcies ainda vivas estavam nos primeiros lugares nas previses de probabilidade de extino, segundo os critrios adotados hoje pelos cientistas.
[Imagem: Corey J. A. Bradshaw et al. – 10.7554/eLife.63870]
Megafauna
A rpida extino de animais gigantes, incluindo pssaros com mais de dois metros de altura, lagartos com mais de sete metros de comprimento e criaturas parecidas com vombates do tamanho de carros, que antes perambulavam pelo continente australiano, um quebra-cabea que desafia os bilogos h muito tempo.
De fato, criaturas gigantescas perambularam pela Terra toda muito depois da poca dos dinossauros, como as muito recentes preguias gigantes no Nordeste Brasileiro, com seus mais de seis metros de altura e quatro toneladas de peso.
Corey Bradshaw e seus colegas da Universidade Flinders, na Austrlia, contudo, estudaram especificamente a megafauna do antigo continente de Sahul, ou Megansia, que compreendia os atuais territrios da Austrlia, Tasmnia e Nova Guin.
E eles descobriram que as explicaes aceitas pelos cientistas sobre as razes do desaparecimento desses animais no se sustentam.
Causas da extino de animais
Usando vrias caractersticas – como tamanho do corpo, peso, expectativa de vida, taxa de sobrevivncia e fertilidade – a equipe criou modelos de simulao populacional baseadas nas teorias atuais para prever a probabilidade dessas espcies sobreviverem sob diferentes tipos de distrbios ambientais.
As simulaes incluram tudo, desde o aumento das secas ao aumento da presso de caa por homindeos, tudo para ver quais espcies de 13 megafaunas extintas – bem como de 8 espcies comparativas ainda vivas hoje – teriam as maiores chances de sobreviver.
A equipe esperava confirmar que as espcies mais propensas extino foram as primeiras espcies a se extinguir – mas esse no foi necessariamente o caso.
Embora as simulaes tenham mostrado que as espcies de crescimento mais lento e com fertilidade mais baixa – como o Diprotodon, um vombate do tamanho de um rinoceronte – eram geralmente mais suscetveis extino do que as espcies mais fecundas, a classificao de suscetibilidade relativa entre as espcies no correspondeu ao momento de suas extines documentadas no registro fssil.
“No encontramos nenhuma relao clara entre a vulnerabilidade inerente de uma espcie extino – como ser mais lenta e pesada e/ou mais lenta para se reproduzir – e o momento de sua extino no registro fssil,” explicou o professor Bradshaw. “Na verdade, descobrimos que a maioria das espcies vivas usadas para comparao – como equidnas de bico curto, emus, perus-do-mato e vombates comuns – eram em mdia mais suscetveis [ extino] do que suas contrapartes agora extintas.”
Primeiros princpios da biologia
Na verdade, algumas das espcies ainda vivas estavam nos primeiros lugares nas previses de probabilidade de extino segundo os critrios adotados hoje pelos cientistas.
Os pesquisadores concluram que a verdadeira cascata de extino provavelmente resultado de cenrios complexos e localizados, incluindo impactos da variao climtica regional e diferentes presses regionais.
“Nossos resultados do suporte ideia de que o risco de extino pode ser alto em todos os tamanhos de corpo, dependendo da ecologia particular de uma espcie, o que significa que prever extines futuras por mudanas climticas e impactos humanos nem sempre simples com base nos primeiros princpios da biologia,” concluiu o professor Bradshaw.
Artigo: Relative demographic susceptibility does not explain the extinction chronology of Sahul’s megafauna
Autores: Corey J. A. Bradshaw, Christopher N. Johnson, John Llewelyn, Vera Weisbecker, Giovanni Strona, Frdrik Saltr
Revista: eLife
Vol.: 10:e63870
DOI: 10.7554/eLife.63870
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