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Redação do Site Inovação Tecnológica – 19/03/2024
Apesar das inmeras tentativas, nunca conseguimos detectar qualquer sinal da matria escura.
[Imagem: Chil Vera/Pixabay]
Novo modelo cosmolgico
Em meados do ano passado, o professor Rajendra Gupta, da Universidade de Ottawa, no Canad, brindou o mundo cientfico com uma ideia revolucionria, justamente em um campo que anda carente de mudanas de paradigma.
Gupta estudou em detalhes o processo de desenvolvimento das galxias e chegou concluso de que o Universo tem 26,7 bilhes de anos de idade, e no os 13,7 bilhes de anos estabelecidos pelo modelo padro da cosmologia, conhecido como Lambda-CDM – λ a constante cosmolgica , hoje mais conhecida como “energia escura”, e CDM um modelo cujo nome uma sigla em ingls para “matria escura fria”.
Isso vem bem a calhar depois que o telescpio espacial James Webb comeou a mostrar galxias totalmente formadas nos primrdios do Universo – ou, ao menos, nos primrdios do Universo quando se considera que ele tenha 13,7 bilhes de anos. Para alguns, os dados do Webb lanam dvidas sobre o modelo do Big Bang e mostram que nossa viso do Universo est ultrapassada.
Agora, Gupta lanou dvidas sobre outro elemento central da teoria cosmolgica mais aceita at agora, a matria escura – para o pesquisador, no existe matria escura.

O que matria escura?
Na cosmologia, o termo matria escura descreve tudo o que parece no interagir com a luz ou com os campos eletromagnticos, mas que parece ter um efeito gravitacional. No podemos v-la, no sabemos do que ela feita e nenhum experimento projeto para detect-la jamais teve qualquer resultado positivo.
Mas a matria escura um artefato que ajuda o modelo cosmolgico a explicar como se comportam as galxias, os planetas e as estrelas. Com os fracassos observacionais, contudo, parte da comunidade cientfica comeou a se questionar se mais importante ficar do lado da teoria ou da realidade.
Gupta est defendendo tirar a matria escura da equao.
Para isso, ele usou uma combinao das constantes de acoplamento covariantes (CCC: Covarying Coupling Constants) e das teorias de “luz cansada” (TL). O modelo CCC + TL combina duas ideias: Sobre como as foras da natureza diminuem ao longo do tempo csmico e sobre a perda de energia da luz quando ela viaja por longas distncias.

Dispensa da matria escura
O modelo j foi testado e demonstrou corresponder a vrias observaes, tais como sobre a forma como as galxias esto espalhadas e como a luz do Universo primitivo evoluiu.
“As descobertas do estudo confirmam que o nosso trabalho anterior sobre a idade do Universo ser de 26,7 bilhes de anos nos permitiu descobrir que o Universo no necessita de matria escura para existir. Na cosmologia padro, diz-se que a expanso acelerada do universo causada pela energia escura, mas na verdade se deve ao enfraquecimento das foras da natureza medida que ela se expande, e no energia escura.”
Agora, ao estudar a distribuio de galxias com desvios para o vermelho baixos – “desvio para o vermelho” refere-se a quando a luz deslocada em direo parte vermelha do espectro conforme ela viaja – e o tamanho angular do horizonte sonoro em desvios para o vermelho elevados, o pesquisador baniu tambm a matria escura.
“Existem vrios artigos que questionam a existncia da matria escura, mas o meu o primeiro, que eu saiba, que elimina a sua existncia cosmolgica, ao mesmo tempo que consistente com observaes cosmolgicas chave que tivemos tempo de confirmar,” disse Gupta.
Ao desafiar a necessidade de matria escura no Universo e ao fornecer evidncias para um novo modelo cosmolgico, este estudo abre novos caminhos para explorar as propriedades fundamentais do Universo.
Artigo: Testing CCC+TL Cosmology with Observed Baryon Acoustic Oscillation Features
Autores: Rajendra P. Gupta
Revista: The Astrophysical Journal
Vol.: 964, Number 1
DOI: 10.3847/1538-4357/ad1bc6
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