Planto
Redação do Site Inovação Tecnológica – 15/04/2021
Viso artstica do radiotelescpio LOFAR captando as rajadas rpidas de rdio.
[Imagem: Danille Futselaar/ASTRON/HST]
FRB 20180916B
Astrnomos coletaram novas informaes sobre a famosa rajada rpida de rdio FRB 20180916B.
Os novos dados fornecem detalhes antes desconhecidos, mas tambm levantam questes inditas.
Foram duas equipes de astrnomos trabalhando sobre o mesmo tema, sendo que a primeira mediu a radiao das exploses nas frequncias mais baixas possveis, enquanto a segunda equipe examinou as exploses nos maiores detalhes possveis.
A primeira rajada rpida de rdio (FRB, na sigla em ingls) foi descoberta em 2007. Mas o que exatamente causa as exploses ainda no est claro. Desde 2020, os cientistas suspeitam de uma conexo com estrelas de nutrons fortemente magnticas chamadas magnetares.
Um desses casos a rajada rpida de rdio FRB 20180916B. Descoberta em 2018, ela especial porque est a apenas 500 milhes de anos-luz (149 Mpc) de distncia de ns em uma galxia catalogada como SDSS J015800.28+654253.0. Ela a mais prxima a ser estudada at agora e tem um padro de emisso de rajadas que se repete a cada 16 dias, com quatro dias de rajadas e 12 dias de relativo silncio. Essa previsibilidade a torna um objeto ideal para os astrnomos estudarem.
Rajadas de rdio de baixa frequncia
A equipe liderada por Ziggy Pleunis, da Universidade McGill, no Canad, estudou a FRB com a rede europeia de radiotelescpios LOFAR.
A equipe sintonizou as antenas nas frequncias mais baixas possveis do equipamento – entre 110 e 188 MHz – e, mesmo assim, capturaram 18 rajadas, o que inesperado porque as FRBs geralmente emitem em altas frequncias. Com isso, a FRB 20180916B quebrou o recorde de baixa frequncia e gerou a suspeita de que possa haver emisses de radiao em frequncias ainda mais baixas, algo que os astrnomos pretendem explorar no futuro.
Alm disso, as inesperadas emisses de rdio de baixa frequncia se mostraram bastante “limpas” – sem grandes rudos – e chegam Terra atrasadas em relao s rajadas de maior frequncia. Isso levanta a hiptese de que as rajadas sejam emitidas por corpos celestes diferentes.
“Em diferentes momentos, vemos rajadas de rdio com diferentes frequncias de rdio. Possivelmente, a FRB seja parte de uma estrela binria. Se for, estamos captando diferentes vises, em momentos diferentes, de onde essas exploses enormemente poderosas so geradas,” disse Jason Hessels, do Instituto Holands de Radioastronomia ASTRON e da Universidade de Amsterd, nos Pases Baixos.

Viso artstica do radiotelescpio Effelsberg apontando sua antena para a galxia onde est localizada a FRB 20180916B.
[Imagem: Danille Futselaar/ASTRON/HST]
Magnetares
A segunda equipe, liderada por Kenzie Nimmo, tambm do Instituto ASTRON e da Universidade de Amsterd, usou a rede europeia de radiotelescpios VLBI para tentar rastrear a polarizao das ondas de rdio emitidas.
Os dados mostram uma variabilidade extrema, com o padro de cada rajada variando de um microssegundo para o outro.
A hiptese mais provvel para explicar essa variao parece ser uma magnetosfera “danante” envolvendo uma estrela de nutrons, como tm sugerido as pesquisas que indicam os magnetares como fontes das rajadas rpidas de rdio.
Artigo: LOFAR Detection of 110-188 MHz Emission and Frequency-dependent Activity from FRB 20180916B
Autores: Ziggy Pleunis, D. Michilli, C. G. Bassa, J. W. T. Hessels, A. Naidu, B. C. Andersen, P. Chawla, E. Fonseca, A. Gopinath, V. M. Kaspi, V. I. Kondratiev, D. Z. Li, M. Bhardwaj, P. J. Boyle, C. Brar, T. Cassanelli, Y. Gupta, A. Josephy, R. Karuppusamy, A. Keimpema, F. Kirsten, C. Leung, B. Marcote, K. W. Masui, R. Mckinven, B. W. Meyers, C. Ng, K. Nimmo, Z. Paragi, M. Rahman, P. Scholz, K. Shin, K. M. Smith, I. H. Stairs, S. P. Tendulkar
Revista: Astrophysical Journal Letters
Vol.: 911, Number 1
DOI: 10.3847/2041-8213/abec72
Artigo: Highly polarized microstructure from the repeating FRB?20180916B
Autores: K. Nimmo, J. W. T. Hessels, A. Keimpema, A. M. Archibald, J. M. Cordes, R. Karuppusamy, F. Kirsten, D. Z. Li, B. Marcote, Z. Paragi
Revista: Nature Astronomy
DOI: 10.1038/s41550-021-01321-3

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