A Tesla quer apostar tudo na capacidade das suas câmeras para alimentar o sistema avançado de direção autônoma do Autopilot, chamado Full Self–Driving (FSD). Para isso, a marca tirou os sensores de radar dos novos Model 3 e Model Y que estão saindo das fábricas. A decisão não agradou nada o National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), órgão responsável pela administração de vias nos Estados Unidos (EUA), que retirou as certificações de segurança para estes modelos em específico.
No site oficial da entidade, os dois carros elétricos da marca de Elon Musk tiveram alguns selos de segurança eliminados, tais como os de avisos de colisão frontal, frenagem de emergência automática, alerta de saída de faixa, travagem iminente de colisão e suporte de freio de emergência.
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O órgão explicou à agência de notícias Reuters que a decisão da Tesla foi totalmente responsável por “desencadear as ações tomadas pelos grupos de classificação” que auxiliam a NHTSA nesse tipo de serviço, como o Consumer Reports e o Insurance Institute for Highway Safety (IIHS). Ambos apontam em relatórios que os sistemas de radar eletrônicos são extremamente necessários para “as principais designações de segurança”.
A Consumer Reports apontou que “remover o radar e confiar em câmeras significa que os recursos de segurança podem não estar lá quando necessários”. Já a IIHS retirou o Model 3 e o Model Y da categoria “Carros Mais Seguros” dentro de seu site, mas disse que planeja testar o novo sistema da Tesla “assim que possível”.
Uma mensagem dos departamentos envolvidos foi enviada à Tesla nesta quinta-feira (27), mas não foi respondida até o momento – o que é algo esperado, visto que a montadora de carros elétricos quase não atua através do próprio departamento de relações com a mídia.
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“Se um motorista pensa que seu veículo tem um recurso de segurança e não tem, isso muda fundamentalmente o perfil de segurança do carro”, disse David Friedman, vice-presidente da área de Justiça do Consumer Reports, em comunicado oficial. Musk também foi criticado pela órgão por chamar os sistemas de “Autopilot” e “Full Self-Driving“, o que implica que um carro pode dirigir sozinho.
Tesla quer apostar no piloto automático “só de visão”
Na quarta-feira (26), a Tesla anunciou que os novos Model 3 e Model Y que saírem das fábricas na América do Norte não contarão mais com sensores de radar para dar assistência ao motorista. A decisão ocorreu após o Musk expressar publicamente o desejo de confiar nas câmeras para alimentar o sistema avançado de direção autônoma do Full Self–Driving (FSD). A decisão não afeta os modelos mais caros da marca, como o sedã Model S ou o SUV Model X.
A montadora de carros elétricos tem trabalhado e testado, de forma limitada, na versão do Autopilot baseada 100% em visão. Mesmo assim, o software ainda não está pronto, e a decisão da empresa não explicou completamente como o piloto automático funcionará sem o sensor de radar, visto que a Tesla está limitando ou desabilitando alguns recursos que auxiliavam o desenvolvimento da tecnologia.

A mudança repentina ocorrerá da seguinte forma: os sensores de radar ainda estarão presentes nos modelos, porém, os novos proprietários irão notar restrições ao uso de funções conhecidas, como o Autosteer, o Smart Summon e o Emergency Lane Departure Avoidance. A Tesla garante que a ação é temporária e, “após algumas semanas”, as atualizações de software reativarão esses recursos.
Em informações divulgadas junto com os resultados do primeiro trimestre, Musk e outros representantes da Tesla disseram “acreditar que um sistema somente de visão é, em última análise, tudo o que é necessário para a autonomia total“.
“Nossa arquitetura de software baseada em inteligência artificial (IA) tem dependido cada vez mais de câmeras, para o ponto em que o radar está se tornando desnecessário. Como resultado, nossa equipe que trabalha no FSD está totalmente focada na evolução para um sistema autônomo baseado em visão e estamos quase prontos para mudar o mercado dos EUA com o Tesla Vision”, disse a montadora, em anúncio oficial.
Fonte: Tech Xplore e Reuters
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